Reencontro na Vila dos Tecidos de Anne Jacobs (Editora Arqueiro, 2025) é o volume que encerra a saga da Família Melzer e que nos leva para dentro da Alemanha nazista, durante o período mais violento da Terceira Guerra Mundial. Na obra, acompanhamos a guerra através das notícias que são controladas pela propaganda nazista e pelas eventuais consequências do conflito para a vida prática. A violência começa como um boato, parte para a perseguição e desaparecimento de pessoas, emerge ao estado de falta de acesso aos suprimentos básicos, até chegar no cair das bombas.
Assim como nos demais volumes, os Melzer precisam lutar para manter a fábrica de tecidos e a mansão em funcionamento, mas agora com o agravante de uma guerra em andamento. Paul, o diretor da fábrica, se vê dessa vez sem o apoio de sua esposa Marie, que fora para os EUA assim que iniciaram as perseguições aos judeus. Assim, acompanhamos as vivências de guerra de parte da família Melzer em pleno solo alemão, e de Marie e seu filho Leo, que precisam refazer a vida na América enquanto recebem apenas notícias da situação da Alemanha.
Marie foi para os EUA pensando em sua própria sobrevivência e também na proteção de sua família. Ficando na Alemanha, correria sério risco de parar em um campo de concentração nazista. Tanto a fábrica, quanto a mansão da família estariam em risco, uma vez que Paul nunca aceitaria se divorciar da esposa, algo que era imposto pelo regime nazista. Além da luta pela sobrevivência, o amor de Paul e Marie é colocado a prova. A separação física e emocional entre os dois evidencia como o tempo e as circunstâncias podem transformar sentimentos, criando dúvidas, ressentimentos e novos caminhos.
Em o “Reencontro na Vila dos Tecidos” a guerra nos coloca diante de várias reflexões que versam sobre visão de mundo, liberdade e nacionalismo. Quando a família Melzer se vê diante da ascensão de um regime violento e segregador, precisam aprender a encontrar formas de não abrirem mãos de seus ideais, ao mesmo tempo em que de forma alguma poderiam ser vistos como inimigos do regime. A saudação nazista deveria ser proferida em todo encontro, a suástica deveria estar hasteada na fábrica e na mansão, assim como a foto do fuhrer deveria estar exposta no escritório de Paul.
Quando os jovens da Vila dos Tecidos são convocados para a guerra e passam a fazer parte do exército alemão, mais uma vez nos vemos diante de reflexões sobre até onde deve ir a noção de patriotismo, uma vez que uma convocação militar não leva em consideração a ideologia política de um cidadão.
Assim como nos demais volumes, os Melzer precisam lutar para manter a fábrica de tecidos e a mansão em funcionamento, mas agora com o agravante de uma guerra em andamento. Paul, o diretor da fábrica, se vê dessa vez sem o apoio de sua esposa Marie, que fora para os EUA assim que iniciaram as perseguições aos judeus. Assim, acompanhamos as vivências de guerra de parte da família Melzer em pleno solo alemão, e de Marie e seu filho Leo, que precisam refazer a vida na América enquanto recebem apenas notícias da situação da Alemanha.
A guerra era um negócio desgraçado e desumano. Não tinha quase nada de heroísmo, mas era encharcada de suor, sujeira e sangue, de ferimentos deformadores e gemidos de moribundos. Que diabo o havia possuído para ele embarcar no otimismo generalizado e se voluntariar para aquela desgraça, acreditando que assim iria colaborar para a libertação de sua pátria das garras do nazismo.Anne Jacobs trabalha bem o impacto da guerra não apenas no cenário político, mas também na vida íntima dos personagens, mostrando como o medo, a culpa e a insegurança influenciam decisões pessoais. A autora utiliza múltiplos pontos de vista, permitindo uma visão mais ampla dos acontecimentos e fortalecendo a conexão com os personagens em uma obra que além de emocionar precisa fechar um arco narrativo que foi desenvolvido ao longo dos seis volumes da saga.
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