As perguntas de Antônio Xerxenesky (Companhia das Letras, 2017) é um livro surpreendente pelo tanto de camadas que tem. É um romance que garante boas doses de suspense e terror, mas com uma contextualização das questões do ocultismo e das religiões de uma forma diferente do que costumamos encontrar nas publicações que flertam com esses gêneros. Antes de explorar um clima soturno e de nos introduzir no que há de estranho e de incômodo na trama, somos muito bem apresentados à personagem Alina, com quem iremos formular as perguntas fundamentais da história.
Alina é uma jovem que trocou o Curitiba pela cidade de São Paulo e trabalha em um emprego editando vídeos promocionais e de propagandas. Essa ocupação não é nem de longe o que a deixa feliz e o que gostaria de estar fazendo. Esse fato garante um ponto de identificação da obra com grande número de jovens. Alina questiona sua condição financeira e sua carreira sem saber qual passo dar em seguida para promover uma mudança significativa em sua vida.
Sua formação acadêmica é em História e a sua escolha para a tese de doutorado seguiu a linha das religiões. Alina se torna especialista em religião comparada e sua aproximação, através da pesquisa acadêmica, das religiões, das seitas, dos rituais e do ocultismo servirão como ponto de reviravolta em sua vida quando ela menos esperava. Depois de uma ligação tudo começa a mudar a sua volta.
O livro, é claro, está envolto nessa busca por respostas e uma delas é de onde veio o desejo de Aline por estudar a fundo as questões de religião e ocultismo. Percebemos que essa questão não é muito evidente nem mesmo para ela e o mais próximo que chegamos da resposta para essa pergunta é o fato de que desde criança Alina enxergava vultos com frequência e que isso gerou episódios assustadores em sua infância e juventude. A percepção que temos é que Alina quis barrar essas visões buscando refutação científica.
A primeira parte do livro é narrada em terceira pessoa e a segunda, como uma forma de libertação e até de posicionamento de Alina em busca de respostas, passa a ser narrada em primeira pessoa. É quando ela começa a tentar organizar os acontecimentos e os fatos.
Teremos então trechos muito interessantes que exploram a dualidade entre ciência e religião. Xerxenesky tece parágrafos muito bons sobre as diversas perguntas que rondam nossa cabeça quando se trata do contato com o misticismo, com as religiões, com a questão pós morte e de onde vem nossa necessidade de criar narrativas tanto científicas, quanto religiosas. A questão que fica pra gente e que é um dos pontos mais ricos do livro é que no fim só queremos entender, queremos respostas.
A partir de um certo ponto da trama Alina está com as dúvidas coladas sobre seus ombros e a partir daí ignorá-las já não é uma opção. Ela percorre a cidade em busca de si e vai encontrar coisas muito maiores. Antônio conseguiu criar uma história com potencial para agradar tanto as pessoas que gostam da literatura dita de entretenimento quanto daquelas pessoas que procuram uma leitura com mais camadas.
Alina é uma jovem que trocou o Curitiba pela cidade de São Paulo e trabalha em um emprego editando vídeos promocionais e de propagandas. Essa ocupação não é nem de longe o que a deixa feliz e o que gostaria de estar fazendo. Esse fato garante um ponto de identificação da obra com grande número de jovens. Alina questiona sua condição financeira e sua carreira sem saber qual passo dar em seguida para promover uma mudança significativa em sua vida.
Sua formação acadêmica é em História e a sua escolha para a tese de doutorado seguiu a linha das religiões. Alina se torna especialista em religião comparada e sua aproximação, através da pesquisa acadêmica, das religiões, das seitas, dos rituais e do ocultismo servirão como ponto de reviravolta em sua vida quando ela menos esperava. Depois de uma ligação tudo começa a mudar a sua volta.
A polícia suspeita de que uma seita vem causando uma onda de surtos psicóticos em São Paulo. A única pista disponível é um símbolo geométrico desenhado por uma das vítimas. Intrigada e ansiosa para fugir da rotina, Alina decide investigar por conta própria um mistério que a fará questionar os limites entre razão e religião, cultura e crença.
O livro, é claro, está envolto nessa busca por respostas e uma delas é de onde veio o desejo de Aline por estudar a fundo as questões de religião e ocultismo. Percebemos que essa questão não é muito evidente nem mesmo para ela e o mais próximo que chegamos da resposta para essa pergunta é o fato de que desde criança Alina enxergava vultos com frequência e que isso gerou episódios assustadores em sua infância e juventude. A percepção que temos é que Alina quis barrar essas visões buscando refutação científica.
Alina não acreditava, de modo algum, que, após prendê-lo numa jaula de racionalismo, o fantástico poderia reemergir como uma presença impossível de conter.
A primeira parte do livro é narrada em terceira pessoa e a segunda, como uma forma de libertação e até de posicionamento de Alina em busca de respostas, passa a ser narrada em primeira pessoa. É quando ela começa a tentar organizar os acontecimentos e os fatos.
Teremos então trechos muito interessantes que exploram a dualidade entre ciência e religião. Xerxenesky tece parágrafos muito bons sobre as diversas perguntas que rondam nossa cabeça quando se trata do contato com o misticismo, com as religiões, com a questão pós morte e de onde vem nossa necessidade de criar narrativas tanto científicas, quanto religiosas. A questão que fica pra gente e que é um dos pontos mais ricos do livro é que no fim só queremos entender, queremos respostas.
Não podemos culpar as religiões por terem inventado histórias para dar conta disso, não podemos culpar as religiões por terem sido fundadas sobre a morte, pois, embora a parte biológica tenha sido resolvida, o que fazer com a questão espiritual? O que fazer com o fato de que não queremos morrer sozinhos? Inventar deuses? E quando não conseguimos acreditar em nenhum dos deuses? E quando lemos a Torá, a Bíblia, o Alcorão, e nada daquilo parece verdade? O que fazemos? Lemos Agrippa, Lévi, Crowley, Blavátski? Exploramos o ocultismo? Por quê? Por uma questão estética, por que parece mais misterioso do que um livro lido por um sujeito qualquer no Ocidente? Não seria tão mais fácil acreditar na Bíblia?
A partir de um certo ponto da trama Alina está com as dúvidas coladas sobre seus ombros e a partir daí ignorá-las já não é uma opção. Ela percorre a cidade em busca de si e vai encontrar coisas muito maiores. Antônio conseguiu criar uma história com potencial para agradar tanto as pessoas que gostam da literatura dita de entretenimento quanto daquelas pessoas que procuram uma leitura com mais camadas.
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