O amanhã não está à venda de Ailton Krenak (Companhia das Letras, 2020) é um livro curto mas grandioso. Trás as reflexões desse autor, um grande pensador indígena, sobre a covid19 e seus impactos. O mundo foi obrigado a parar e nesse ensaio Krenak adentra em questões fundamentais para se pensar a nossa relação com o planeta, com o coletivo e que tipo de projeção de futuro precisa começar a ser desenhada, uma vez que que voltar à dita normalidade seria mostrar que não aprendemos nada com a lição que a natureza nos deu.
Já podemos ver diversas notícias de caráter científico circulando na internet sobre as várias formas de respostas que a natureza e o planeta vem dando diante do isolamento social. Diminuição da emissão de gases poluentes, readaptação de algumas espécies de animais em seu hábitat natural, céus e rios mais limpos e até fechamento de um buraco na camada de ozônio. O mundo foi obrigado a ver, através de um vírus altamente contagioso e com alta taxa de mortalidade, que a desaceleração e a mudança de hábitos são medidas eficazes e de resposta rápida para manutenção do planeta.
Escolhemos a muito tempo uma forma errada de viver, onde privilegiamos o lucro de poucos e o consumo em detrimento das vidas. Krenak nos provoca em seu texto a pensar o quanto nossa estada nesse planeta é frágil e o quanto somos dispensáveis para o mesmo.
Muitas pessoas estão morrendo por conta da disseminação do covid19, mas também por conta do modelo de sociedade que permite que um presidente da República verbalize com naturalidade que algumas pessoas irão morrer e que a economia precisa funcionar, precisa ser salva. É com esse tipo de posicionamento que precisamos romper e acreditar que uma nova sociedade é possível. Até porque como diz o próprio Krenak nesse ensaio, a economia é uma atividade inventada por nós, humanos e que sua sobrevivência só será possível se nós também estivermos vivos para fazê-la girar.
Já podemos ver diversas notícias de caráter científico circulando na internet sobre as várias formas de respostas que a natureza e o planeta vem dando diante do isolamento social. Diminuição da emissão de gases poluentes, readaptação de algumas espécies de animais em seu hábitat natural, céus e rios mais limpos e até fechamento de um buraco na camada de ozônio. O mundo foi obrigado a ver, através de um vírus altamente contagioso e com alta taxa de mortalidade, que a desaceleração e a mudança de hábitos são medidas eficazes e de resposta rápida para manutenção do planeta.
Quando engenheiros me disseram que iriam usar a tecnologia para recuperar o rio Doce, perguntaram a minha opinião. Eu respondi: “A minha sugestão é muito difícil de colocar em prática. Pois teríamos de parar todas as atividades humanas que incidem sobre o corpo do rio, a cem quilômetros nas margens direita e esquerda, até que ele voltasse a ter vida”. Então um deles me disse: “Mas isso é impossível”. O mundo não pode parar. E o mundo parou.
Escolhemos a muito tempo uma forma errada de viver, onde privilegiamos o lucro de poucos e o consumo em detrimento das vidas. Krenak nos provoca em seu texto a pensar o quanto nossa estada nesse planeta é frágil e o quanto somos dispensáveis para o mesmo.
A natureza segue. O vírus não mata pássaros, ursos, nenhum outro ser, apenas humanos. Quem está em pânico são os povos humanos e seu mundo artificial, seu modo de funcionamento que entrou em crise.
Muitas pessoas estão morrendo por conta da disseminação do covid19, mas também por conta do modelo de sociedade que permite que um presidente da República verbalize com naturalidade que algumas pessoas irão morrer e que a economia precisa funcionar, precisa ser salva. É com esse tipo de posicionamento que precisamos romper e acreditar que uma nova sociedade é possível. Até porque como diz o próprio Krenak nesse ensaio, a economia é uma atividade inventada por nós, humanos e que sua sobrevivência só será possível se nós também estivermos vivos para fazê-la girar.
Adorei a resenha e as discussões pontuais que você alavancou da leitura. Acho que são temas que precisamos conversar mais do que nunca, pois precisamos reavaliar nossa interação com o meio.
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