O Defunto Nu de Uarlen Becker é um livro com projeto gráfico e edição do próprio autor para o selo Odé. É um livro que reúne três contos de amor. São três contos que valem por treze se colocarmos numa balança toda a carga imagética e toda a força da prosa.


Quando falamos em histórias de amor logo pensamos no amor romântico que se consolida depois das agruras, do beijo de amor diante do por do sol, na cerimônia de casamento e filhos como a cereja do bolo. Em O Defunto Nu o amor está desnudo de fato.

O amor se coloca em estado bruto. O amor se coloca sem filtro. Ele se manifesta no comprometimento com uma promessa entre amigos, na revisitação de memórias, no apoio concedido, no gatilho que te fez ver algo para além da crise que embaçava a vista, num conceder de atenção a um estranho que passou pela sua vida, na identificação com a cidade. Aliás, é um livro que dá saudades da Bahia.


Em O Defunto Nu as conclusões não são nem felizes nem tristes - são abertura de ciclos que nos fazem refletir sobre para onde o amor pode nos levar. Assim como Uarlen inicia o livro com a frase "É a vida, é a vida..." como um suspiro de constatação.