O livro de ouro do universo: mistérios da astronomia e da ciência do Ronaldo Rogério de Freitas Mourão (Harper Collins, 2019) é um livro super indicado para quem gosta ou tem curiosidade sobre questões do universo e da astronomia. Logo nas primeiras páginas percebemos que seu intuito é repassar, com uma linguagem acessível, os principais conceitos e conhecimentos que ajudaram a moldar a astronomia como a conhecemos hoje. O livro percorre um período histórico desde a antiguidade, onde o universo era analisado pelo viés dos mitos e das religiões, passando pela sua exploração através de meios científicos rudimentares e que fantasticamente vem sendo comprovados graças às novas tecnologias.


Podemos dizer que o livro é uma obra de apresentação à astronomia, então acessaremos conceitos básicos e definições bem didáticas sobre a história da astronomia, sobre as características dos corpos e planetas e principais figuras que ajudaram nas principais descobertas sobre o universo.

De fato, desde a mais remota Antiguidade, a importância dos astros foi enorme na vida econômica e social da humanidade. Como não possuíam um calendário preciso que lhes permitisse prever com segurança a ocorrência do início das estações e, portanto, a época da semeadura e colheita, os povos primitivos eram – em especial os camponeses – obrigados a observar o céu.
O livro segue trazendo curiosidades sobre a astronomia como a mais antiga das ciências e como seu histórico por muito tempo esteve vinculado á astrologia, assim como o fato de que os conhecimentos astronômicos dos homens do neolítico foram muito mais avançados do que até recentemente se supunha.

Em seus diversos capítulos, somos apresentados a conceitos de arqueoastronomia, outros sobre a formação das constelações, os tipos de eclipses, e também um breve relato sobre os principais povos que se debruçaram a estudar a área. Então lemos sobre a astronomia na Mesopotâmia, astronomia Chinesa, astronomia Egípcia, astronomia Grega e astronomia na Idade Média.

Quando o livro passa a explorar o que é conhecido como “Nova astronomia”, conhecemos cientistas e pensadores que direta ou indiretamente, foram fundamentais para as principais descobertas sobre o universo como Nicolau Copérnico e Isaac Newton. Nos capítulos sobre astronomia espacial, sabemos um pouco do salto que a astronomia deu quando começou a lançar seus foguetes e sondas de exploração.

A exploração do Universo iniciou-se em 1946, quando um foguete V.2, recuperado na Alemanha, foi equipado e lançado pelos norte-americanos com um dispositivo destinado a medir as emissões solares em raios X, cuja existência era considerada como muito provável, mas que só poderia ser revelada por observações fora da atmosfera terrestre.


A partir da nova astronomia, passamos a ter mais detalhes sobre o sistema solar, seus movimentos e o status do Sol como responsável pela manutenção da vida no planeta. O livro conta também com capítulos dedicados a cada um dos planetas do nosso sistema e os principais dados que temos em relação a eles e suas estruturas. Uma grande parte é dedicada ao período de exploração da lua pela missão Apollo, que foi uma das maiores conquistas do homem em relação ao espaço.

“O livro de ouro do universo” suscita ainda mais nossa curiosidade e fascínio pelo universo. Como estamos vivendo um dos momentos mais importantes e emocionantes da astronomia, o livro de Ronaldo Rogério se torna ainda mais importante por mostrar de onde partimos. Além de todo conhecimento antigo que vem sendo comprovado, dos rovers que estão em solo marciano e das inúmeras sondas que nos dão notícias sobre diversos corpos e estruturas do universo, na última semana fomos presenteados com as primeiras imagens mais profundas do universo, graças ao telescópio James Webb. Ele foi lançado em 25 de dezembro de 2021 e hoje está localizado a cerca de 1,5 milhões de quilômetros da Terra. Durante a leitura do livro de ouro do universo temos a percepção de até onde a inteligência humana pode nos levar e de que estamos engatinhando se pensarmos na imensidão do universo.