CACOFONIA de Thamires Mussolini (Grupo Editorial Letramento, 2019) é como um diário sem cadeados e sem medo de expor particularidades que podem não ser (todas) necessariamente da autora, mas que encontrará ressonância em muitos leitores e leitoras. E aqui esse pertencer ou não de cada situação, reflexão faz parte do lindo jogo executado pelos escritores e escritoras, que é o jogo de viver várias vidas.


Essa multiplicidade de situações, histórias e reflexões casam com a multiplicidade de estratégias textuais, portanto fica difícil definir CACOFONIA em um gênero textual. Seria CACOFONIA um misto de minicontos, vestido de poemas e com adereços de crônicas?

Thamires vai dos assuntos considerados mais simplórios aos mais densos no passar de uma página. Personalidade, amor, tristeza, solidão, espera, desejo, entre outros temas vão formando a ca.co.fo.ni.a em todos os seus sentidos dicionarizados.


A condição feminina dá o tom do começo ao fim em um livro que é dividido em duas partes: Sobre ser e sobre sentir.

Olhou para baixo, para o meio de suas próprias pernas e viu ali o motivo de todos os males do mundo...