Stalker de Alexandra Coelho Ahndoril e Alexander Ahndoril (Editora Alfaguara, 2019) é mais um volume de uma série de thrillers de investigação policial escrito sob o pseudônimo Lars Kepler e por onde transitam figuras familiares de quem acompanha as histórias, como o investigador Joona Linna e o hipnotista Erik Maria Bark. Em “Stalker” o casal de escritores eleva a violência e o medo ao explorar a ideia de ter um perseguidor quase invisível em seu encalço.


O Stalking é um termo já conhecido, vem do inglês e significa “caçar” ou “perseguir”. Existem vários tipos de stalkers e o stalking pode ser entendido como o ato de perseguir uma outra pessoa. Essa perseguição pode se dar fisicamente ou através da internet, algo que acontece com mais frequência do que se imagina. Esse comportamento é considerado crime em diversos países.

No livro, o Departamento Nacional de Investigação Criminal de Estocolmo, em um dia que parecia ser como outro qualquer, recebe o link de um vídeo do youtube que mostra uma mulher em seu quarto trocando de roupa. Tudo que se vê é essa figura em sua casa e nota-se que ela está sendo filmada às escondidas. O vídeo termina abruptamente, sem grandes acontecimentos, e a polícia acaba não levando a situação a sério, até que o corpo da mulher é encontrado e com sinais de extrema violência.

A detetive Margot Silverman fica encarregada da investigação desse assassinato quase sem evidências físicas que possam ajudar na elucidação. Após o primeiro vídeo, outros começam a chegar e cada morte obedece a um mesmo modus operandi: registro em vídeo, vítimas mulheres e violência extrema. O serial killer demonstra um grande cuidado no processo de observação e planejamento do crime e na hora da execução toda sua preparação se transforma em um ódio sem freios.

A polícia não sabe se os vídeos chegam no exato momento que o perseguidor está diante da casa de suas vítimas a postos para mata-las, ou se ele os envia após ter conseguido invadir e executar as mulheres. O desconhecimento desse detalhe, garante capítulos com um suspense de tirar o fôlego, pois os investigadores tentam a todo custo encontrar algum elemento do vídeo que possa dar uma pista da localização das mulheres, para que assim eles possam chegar a tempo de salvá-las, hipótese que rapidamente se mostra quase impossível.

Podemos vê-la – Adam diz. – Podemos ver o rosto dela, a casa. Meu Deus, podemos ver a vida dela, mas não somos capazes de descobrir quem ela é até que alguém encontre seu cadáver.

Através desses elementos, Margot e a força policial se junta a Joona Linna, que possui uma inteligência acima da média e métodos nada convencionais em investigações criminais, para tentar traçar um perfil do assassino e descobrir suas motivações. A participação do médico Erik Maria Bark será de fundamental importância na investigação, após ele utilizar de métodos de hipnose com testemunhas e pessoas próximas do caso. A investigação policial e o quebra-cabeças do processo de hipnose ajudam na construção de uma trama inteligente e imprevisível, onde não sabemos o que é real e o que é imaginário, o que é verdade e o que é mentira.