Blacksad: arctic-nation de Díaz Canales e Guarnido é o segundo volume de uma série de cinco histórias que tem o gato preto John Blacksad como protagonista. Dessa vez ele investiga o desaparecimento de uma garotinha em um bairro decadente e tomado pela violência. Os autores seguem vinculando personagens a características de animais e nesse volume as referências ficam ainda mais fortes, pois, um dos temas tratados no quadrinho é o preconceito racial. Apesar de se tratar de uma série você não precisa necessariamente ler na ordem de publicação. Cada volume traz uma história com começo, meio e fim explorando de forma criativa as características dos livros e filmes de investigação. 


Mais uma vez ficamos diante da ilustração incrível de Juanjo Guarnido. As suas escolhas para ilustrar cada cena são sempre um deleite aos olhos e deixam a narrativa ainda mais instigante. Guarnido trabalha com os diversos tipo de ângulos e apresenta detalhes em sua aquarela que colaboram com a experiência de leitura transportando o leitor para o universo da HQ. Em Arctic - Nation o bairro The Line se desenha diante do leitor com muita precisão. Tudo isso somado ao ótimo roteiro de Díaz Canales que sabe criar frases de efeito, de duplo sentido e cheias de ironia. 


Arctic - Nation apresenta uma história um pouco mais embasada e mais bem trabalhada que o primeiro volume. Isso vai desde o número de páginas, como na apresentação de personagens, desenvolvimento da trama e as estratégias de investigação do detetive Blacksad para solucionar o mistério da vez. 


A história se passa numa cidade fictícia do norte do Estados Unidos que enfrenta muita pobreza, uma explosão de violência através da atuação de gangues, do controle de um grupo supremacista branco que persegue a população negra e promove segregação racial, além de uma polícia ineficaz. Partindo desse cenário, os autores vão discutir sobre racismo, violência, corrupção, degradação da Educação, exploração dos mais ricos, entre outros temas. 


Que surpresa!

Então vocês gostam gostam de história.

- Pelo menos daquilo de não repetir os erros do passado.