Itaewon Class é um dorama lançado pela JTBC, produzido pela Netflix e seus episódios foram ao ar de janeiro a março de 2020. No drama acompanhamos a história de Park Sae-ro-yi (Park Seo-joon), um jovem que acaba sendo expulso da escola após agredir um outro rapaz, o Jang Geun-won (Ahn Bo-hyun) que praticava bullying violento na sua frente com outro aluno. Acontece que o rapaz agredido era filho do Jang Dae-hee (Yoo Jae-myung) CEO da maior empresa de alimentos da Coréia do Sul, o Grupo Jangga. A situação piora ainda mais, quando Park Sae-ro-yi se recusa a pedir perdão pela sua atitude por acreditar que agiu da maneira correta ao defender o colega de classe. Descobrimos também, que o pai de Park Sae-ro-yi é um dos funcionários do Grupo Jangga e por conta do desentendimento e da negativa do filho em pedir perdão acaba optando por pedir demissão do trabalho.
Com o dinheiro da indenização por tempo de trabalho, o pai de Park Sae-ro-yi decide retomar o sonho antigo de abrir um pequeno bar e quando está voltando de moto pela estrada, com algumas compras para o estabelecimento que ainda abriria, acaba sendo atropelado pelo Jang Geun-won que dirigia de forma irresponsável. Jang Geun-won foge do local do acidente sem prestar socorro e o pai de Park Sae-ro-yi morre. Utilizando do poder e do dinheiro que possuem a família Jang acoberta o acidente convencendo uma outra pessoa a assumir a culpa. Cego de raiva Park Sae-ro-yi vai atrás de Jang Geun-won que está machucado no hospital por conta do acidente e o agride outra vez. Uma tragédia maior é evitada com a chegada da polícia. Park Sae-ro-yi vai para a prisão e lá começa a conceber um elaborado plano de vingança para fazer justiça pelo seu pai e promover a destruição do Grupo Jangga.
Mais do que uma história épica de vingança, Itaewon Class é uma saga que fala sobre honra, tradição, superação, amizade, diversidade e relações familiares. De um lado temos um filho que fora criado de forma a ter honra e respeito como preceitos fundamentais para a vida, enquanto do outro temos um pai que prioriza o poder e o dinheiro acima de qualquer coisa. A história vai nos mostrando como esses dois modelos parentais influenciaram na formação dos filhos e na construção de suas identidades. A série foca na relação pais e filhos para falar sobre honra, ética e poder.
Itaewon Class é um dorama que também merece destaque pela forma como explora a diversidade. Esse foi o dorama mais corajoso que vi até hoje em relação a forma como apresentaram temas polêmicos, principalmente para uma produção sul coreana. A Coreia do Sul ainda é um país muito conservador, mas vem mostrando mudanças significativas em relação a isso. De uns anos para cá o interesse do mundo pela Coreia tem crescido bastante e a Coreia começou a permitir essa proximidade mostrando sua música, seu cinema, seus dramas e demais experiências culturais. A Coreia que antes era mais conhecida pela sua excelência educacional e tecnológica, agora começa a mostrar sua cultura de forma mais íntima.
A série se passa em um bairro chamado Itaewon e que representa bem esse encontro da Coreia com a diversidade. Itaewon é um bairro de Seoul muito badalado, com grande incidência de turistas e estrangeiros e é onde todas as tribos se encontram. Pelas ruas de Itaewon é possível encontrar inúmeros tipos de bares, restaurantes, boates e demais espaços culturais. Pelas ruas de Itaewon parece que todo dia é dia de festa. É nesse bairro que após alguns anos preso, Park Sae-ro-yi abre o seu bar, chamado DanBam, o qual pretende transformar em uma franquia para competir com o Grupo Jangga. Para trabalhar em seu bar Park Sae-ro-yi acaba formando um time de funcionários, mas também de amigos, que serão o apoio fundamental em sua vida e em sua vingança.
Cada um dos amigos de Park Sae-ro-yi e agora funcionários do DanBam servem para tratar de temáticas importantes da série, além da amizade e companheirismo que eles acabam construindo. Temos o próprio Park Sae-ro-yi e seu amigo da prisão Choi Seung-kwon (Ryu Kyung-soo) que representam o desafio de seguir em frente carregando o estigma de serem ex-presidiários. Choi abandona uma vida como gangster para construir uma nova história.
Para completar o time do DanBam temos o Jang Geun-soo, que ironicamente é filho e irmão dos maiores inimigos de Park Sae-ro-yi. Jang Geun-soo abandonou sua família de origem aos 17 anos por nunca ter se sentido amado e nem parte da família por ser filho ilegítimo do CEO Jang. Jang Geun-soo chega no DanBam por conta do mesmo incidente que levou Jo Yi-seo por quem é apaixonado. É um dos personagens mais controversos da série, pois precisa lidar com a sua vontade de ser uma pessoa consciente e a possibilidade de poder que o acompanha por fazer parte de uma família rica.
Além de todos esses pontos citados acima a série se torna uma ótima indicação para quem gosta de uma história que explora a saga de um herói que persegue um objetivo sem olhar para os lados. O protagonista Park Sae-ro-yi possuía uma relação com seu pai que ia além do parentesco, eles eram verdadeiros amigos e esse fato faz com que ele não descanse até conseguir fazer justiça pelo pai. Esse embate entre "o bem e o mal" é explorado de forma eletrizante mostrando que bem e mal é algo que faz parte da formação do caráter de todo ser humano. A partir do momento que Park Sae-ro-yi se declara inimigo do Jang Dae-hee e do seu filho Jang Geun-won o objetivo de ambas as partes passa a ser a destruição de seu oponente e essa luta é travada com muitas reviravoltas, planos mirabolantes e ações que demandam muito astúcia e inteligência.
A série faz uma discussão sobre a ética no meio empresarial usando da personalidade dos heróis e dos vilões da história. Enquanto o dono da empresa Jangga se gaba do lema de que "os fortes dominam os fracos" e de que os empregados precisam ser tratados como gados, Park Sae-ro-yi defende o lema de que "negócios são feitos de pessoas", sendo assim ele sempre exercita o diálogo, o respeito e a confiança na relação com seus funcionários que passam a ser aliados importantes na construção de seu império.
Itaewon Class consegue trazer para a tela temas muito tradicionais sobre a cultura coreana, principalmente em relação a relacionamentos de poder, ao mesmo tempo que inova ao dar visibilidades a diversos temas sobre diversidade. Tudo isso é feito em uma série com estética jovem, cheia de cores e ótima trilha sonora que refletem bem as características do famoso bairro de Itaewon e de uma Coreia que está se abrindo para o mundo e convidando todos a conhecer suas diferenças, seus desafios e suas belezas.
Com o dinheiro da indenização por tempo de trabalho, o pai de Park Sae-ro-yi decide retomar o sonho antigo de abrir um pequeno bar e quando está voltando de moto pela estrada, com algumas compras para o estabelecimento que ainda abriria, acaba sendo atropelado pelo Jang Geun-won que dirigia de forma irresponsável. Jang Geun-won foge do local do acidente sem prestar socorro e o pai de Park Sae-ro-yi morre. Utilizando do poder e do dinheiro que possuem a família Jang acoberta o acidente convencendo uma outra pessoa a assumir a culpa. Cego de raiva Park Sae-ro-yi vai atrás de Jang Geun-won que está machucado no hospital por conta do acidente e o agride outra vez. Uma tragédia maior é evitada com a chegada da polícia. Park Sae-ro-yi vai para a prisão e lá começa a conceber um elaborado plano de vingança para fazer justiça pelo seu pai e promover a destruição do Grupo Jangga.
Mais do que uma história épica de vingança, Itaewon Class é uma saga que fala sobre honra, tradição, superação, amizade, diversidade e relações familiares. De um lado temos um filho que fora criado de forma a ter honra e respeito como preceitos fundamentais para a vida, enquanto do outro temos um pai que prioriza o poder e o dinheiro acima de qualquer coisa. A história vai nos mostrando como esses dois modelos parentais influenciaram na formação dos filhos e na construção de suas identidades. A série foca na relação pais e filhos para falar sobre honra, ética e poder.
Itaewon Class é um dorama que também merece destaque pela forma como explora a diversidade. Esse foi o dorama mais corajoso que vi até hoje em relação a forma como apresentaram temas polêmicos, principalmente para uma produção sul coreana. A Coreia do Sul ainda é um país muito conservador, mas vem mostrando mudanças significativas em relação a isso. De uns anos para cá o interesse do mundo pela Coreia tem crescido bastante e a Coreia começou a permitir essa proximidade mostrando sua música, seu cinema, seus dramas e demais experiências culturais. A Coreia que antes era mais conhecida pela sua excelência educacional e tecnológica, agora começa a mostrar sua cultura de forma mais íntima.
A série se passa em um bairro chamado Itaewon e que representa bem esse encontro da Coreia com a diversidade. Itaewon é um bairro de Seoul muito badalado, com grande incidência de turistas e estrangeiros e é onde todas as tribos se encontram. Pelas ruas de Itaewon é possível encontrar inúmeros tipos de bares, restaurantes, boates e demais espaços culturais. Pelas ruas de Itaewon parece que todo dia é dia de festa. É nesse bairro que após alguns anos preso, Park Sae-ro-yi abre o seu bar, chamado DanBam, o qual pretende transformar em uma franquia para competir com o Grupo Jangga. Para trabalhar em seu bar Park Sae-ro-yi acaba formando um time de funcionários, mas também de amigos, que serão o apoio fundamental em sua vida e em sua vingança.
Cada um dos amigos de Park Sae-ro-yi e agora funcionários do DanBam servem para tratar de temáticas importantes da série, além da amizade e companheirismo que eles acabam construindo. Temos o próprio Park Sae-ro-yi e seu amigo da prisão Choi Seung-kwon (Ryu Kyung-soo) que representam o desafio de seguir em frente carregando o estigma de serem ex-presidiários. Choi abandona uma vida como gangster para construir uma nova história.
O personagem Kim To-ni (interpretado por Chris Lyon) é um outro elo de representatividade da série. Ele é um coreano negro. To-ni é filho de pai coreano e mãe guineense. Ele chega para uma entrevista de emprego no DanBam e de cara todos pensam que ele é americano. O dorama passa então a tratar sobre o preconceito e os estereótipos que os negros podem sofrer na Coréia do Sul. É interessante a forma como também a série discute sobre o que faz com que você pertença a um lugar: é a cor da pele, a língua, os hábitos? Kim To-ni passa toda a série repetindo “sou coreano” enquanto as cenas mostram a dificuldade que os coreanos tem de reconhecer pessoas mestiças como pertencentes à cultura e ao país.
Já a atriz Lee Joo Young interpreta a chef de cozinha Ma Hyun Yi que é uma pessoa transgênero, uma mulher trans. Itaewon Class trata dessa temática sem rodeios, e inclusive um dos episódios é quase totalmente dedicado a essa personagem que promove um ponto de virada para a história. Park Sae-ro-yi conheceu Ma Hyun Yi enquanto trabalhavam juntos em uma fábrica e onde a mesma trabalhava para junta dinheiro para a cirurgia de redesignação sexual. O capítulo que todos os funcionários do DanBam descobrem que Ma Hyun Yi é uma mulher trans é emocionante e o discurso de defesa que Park Sae-ro-yi faz, enquanto todos achavam que ela seria demitida, é inspirador.
Jo Yi-seo (Kim Da-mi) é uma jovem inteligente que estava estudando nos Estados Unidos e voltou recentemente para a Coreia. É uma espécie de modelo e celebridade da internet e seus posts são muito populares. Por conta de um incidente acaba conhecendo Park Sae-ro-yi e se apaixonando. Para ficar mais próxima dele se oferece para trabalhar no DanBam e consegue o cargo de gerente. Por ser uma pessoa famosa Jo Yi-seo consegue atrair os primeiros clientes para o DanBam. Jo Yi-seo se torna uma peça chave para o sucesso do bar. Além disso ela chama atenção por sua personalidade forte e explosiva que por vezes beira a sociopatia. É com a relação que vai criando com o chefe e os amigos do bar que ela vai descobrindo uma maneira de ser mais sociável e de conter sua impulsividade.
Já a atriz Lee Joo Young interpreta a chef de cozinha Ma Hyun Yi que é uma pessoa transgênero, uma mulher trans. Itaewon Class trata dessa temática sem rodeios, e inclusive um dos episódios é quase totalmente dedicado a essa personagem que promove um ponto de virada para a história. Park Sae-ro-yi conheceu Ma Hyun Yi enquanto trabalhavam juntos em uma fábrica e onde a mesma trabalhava para junta dinheiro para a cirurgia de redesignação sexual. O capítulo que todos os funcionários do DanBam descobrem que Ma Hyun Yi é uma mulher trans é emocionante e o discurso de defesa que Park Sae-ro-yi faz, enquanto todos achavam que ela seria demitida, é inspirador.
Jo Yi-seo (Kim Da-mi) é uma jovem inteligente que estava estudando nos Estados Unidos e voltou recentemente para a Coreia. É uma espécie de modelo e celebridade da internet e seus posts são muito populares. Por conta de um incidente acaba conhecendo Park Sae-ro-yi e se apaixonando. Para ficar mais próxima dele se oferece para trabalhar no DanBam e consegue o cargo de gerente. Por ser uma pessoa famosa Jo Yi-seo consegue atrair os primeiros clientes para o DanBam. Jo Yi-seo se torna uma peça chave para o sucesso do bar. Além disso ela chama atenção por sua personalidade forte e explosiva que por vezes beira a sociopatia. É com a relação que vai criando com o chefe e os amigos do bar que ela vai descobrindo uma maneira de ser mais sociável e de conter sua impulsividade.
Para completar o time do DanBam temos o Jang Geun-soo, que ironicamente é filho e irmão dos maiores inimigos de Park Sae-ro-yi. Jang Geun-soo abandonou sua família de origem aos 17 anos por nunca ter se sentido amado e nem parte da família por ser filho ilegítimo do CEO Jang. Jang Geun-soo chega no DanBam por conta do mesmo incidente que levou Jo Yi-seo por quem é apaixonado. É um dos personagens mais controversos da série, pois precisa lidar com a sua vontade de ser uma pessoa consciente e a possibilidade de poder que o acompanha por fazer parte de uma família rica.
Além de todos esses pontos citados acima a série se torna uma ótima indicação para quem gosta de uma história que explora a saga de um herói que persegue um objetivo sem olhar para os lados. O protagonista Park Sae-ro-yi possuía uma relação com seu pai que ia além do parentesco, eles eram verdadeiros amigos e esse fato faz com que ele não descanse até conseguir fazer justiça pelo pai. Esse embate entre "o bem e o mal" é explorado de forma eletrizante mostrando que bem e mal é algo que faz parte da formação do caráter de todo ser humano. A partir do momento que Park Sae-ro-yi se declara inimigo do Jang Dae-hee e do seu filho Jang Geun-won o objetivo de ambas as partes passa a ser a destruição de seu oponente e essa luta é travada com muitas reviravoltas, planos mirabolantes e ações que demandam muito astúcia e inteligência.
A série faz uma discussão sobre a ética no meio empresarial usando da personalidade dos heróis e dos vilões da história. Enquanto o dono da empresa Jangga se gaba do lema de que "os fortes dominam os fracos" e de que os empregados precisam ser tratados como gados, Park Sae-ro-yi defende o lema de que "negócios são feitos de pessoas", sendo assim ele sempre exercita o diálogo, o respeito e a confiança na relação com seus funcionários que passam a ser aliados importantes na construção de seu império.
Itaewon Class consegue trazer para a tela temas muito tradicionais sobre a cultura coreana, principalmente em relação a relacionamentos de poder, ao mesmo tempo que inova ao dar visibilidades a diversos temas sobre diversidade. Tudo isso é feito em uma série com estética jovem, cheia de cores e ótima trilha sonora que refletem bem as características do famoso bairro de Itaewon e de uma Coreia que está se abrindo para o mundo e convidando todos a conhecer suas diferenças, seus desafios e suas belezas.
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