A invenção de Morel de Adolfo Bioy Casares (edição comemorativa Folha de São Paulo, 2016) é um livro que foi lançado originalmente em 1940 e se tornou um grande clássico da ficção científica latino-americana. Além de surpreender por algumas ideias e descrições a frente de seu tempo, também ficamos surpresos com o fato de que Bioy Casares concebeu essa obra quando tinha apenas 26 anos.
"A invenção de Morel" relata em uma espécie de caderno de anotações, o dia a dia de um homem que fugindo de uma condenação de prisão perpétua se refugia em uma ilha aparentemente desabitada e cercada de mistérios.
A eminência dessa possível doença acaba transformando a ilha no esconderijo perfeito para nosso personagem principal. Acontece que conforme os dias vão passando e esse personagem que não é nomeado vai explorando a ilha, acaba descobrindo que talvez ele não esteja tão isolado assim.
A invenção de Morel é um livro curto, mas não é fácil de ler. A escrita de Bioy Casares é uma costura sem falhas, onde cada ponto e cada nó fazem parte de uma trama maior, onde o resultado final poderá ser contemplado como um tapete.
Para entender as nuances da escrita de Casares é preciso muita atenção e uma imersão completa na obra. Como acompanhamos o relato de alguém que inicialmente está perdido e sem entender o que se passa na ilha, Bioy transfere essa confusão para a escrita. As descrições e sensações trazidas pela imagem e sua relação com as vivências e memórias são muito importantes para a narrativa.
O livro tem como características o que hoje é conhecido como realismo mágico ou realismo fantástico. Esse tipo de obra é aquela que irá explorar na história uma aproximação do real com o irreal, do real com a fantasia. A invenção de Morel é considerado um dos maiores exemplos, uma referência desse tipo de literatura.
Usando de elementos como a ilha, que simbolicamente é dotado de significados, do isolamento social, da solidão, do exercício e manutenção da memória, entre outras questões, o autor consegue criar uma obra com múltiplas camadas e possibilidades de interpretação. É um livro que pode ser utilizado como instrumento para refletir sobre a condição humana, sobre as tecnologias, as questões da finitude da existência e sua relação com a ideia de alma e o que se passa no âmago do ser humano. A invenção de Morel é absurdamente corajoso e muito convincente por isso.
"A invenção de Morel" relata em uma espécie de caderno de anotações, o dia a dia de um homem que fugindo de uma condenação de prisão perpétua se refugia em uma ilha aparentemente desabitada e cercada de mistérios.
Nem os piratas chineses, nem o barco pintado de branco da Fundação Rockfeller aportam nela. É foco de uma doença, ainda misteriosa, que mata de fora para dentro. Caem as unhas, o cabelo; morrem a pele e as córneas dos olhos, e o corpo sobrevive oito, quinze dias.
A eminência dessa possível doença acaba transformando a ilha no esconderijo perfeito para nosso personagem principal. Acontece que conforme os dias vão passando e esse personagem que não é nomeado vai explorando a ilha, acaba descobrindo que talvez ele não esteja tão isolado assim.
A invenção de Morel é um livro curto, mas não é fácil de ler. A escrita de Bioy Casares é uma costura sem falhas, onde cada ponto e cada nó fazem parte de uma trama maior, onde o resultado final poderá ser contemplado como um tapete.
Para entender as nuances da escrita de Casares é preciso muita atenção e uma imersão completa na obra. Como acompanhamos o relato de alguém que inicialmente está perdido e sem entender o que se passa na ilha, Bioy transfere essa confusão para a escrita. As descrições e sensações trazidas pela imagem e sua relação com as vivências e memórias são muito importantes para a narrativa.
O livro tem como características o que hoje é conhecido como realismo mágico ou realismo fantástico. Esse tipo de obra é aquela que irá explorar na história uma aproximação do real com o irreal, do real com a fantasia. A invenção de Morel é considerado um dos maiores exemplos, uma referência desse tipo de literatura.
Usando de elementos como a ilha, que simbolicamente é dotado de significados, do isolamento social, da solidão, do exercício e manutenção da memória, entre outras questões, o autor consegue criar uma obra com múltiplas camadas e possibilidades de interpretação. É um livro que pode ser utilizado como instrumento para refletir sobre a condição humana, sobre as tecnologias, as questões da finitude da existência e sua relação com a ideia de alma e o que se passa no âmago do ser humano. A invenção de Morel é absurdamente corajoso e muito convincente por isso.
Ótimo livro. Suscita muitas interpretações e debates.
ResponderExcluirRealmente. É um livro pra galera se reunir e ficar um bom tempo conversando!
ExcluirÉ uma narrativa excelente, intrigante, provocativa. Pra mim, é uma espécie de homenagem à memória e suas manifestações. A solução que o narrador encontra ao final, pra mim, é uma alegoria de como cada obra de arte dialoga com o todo, produzindo assim uma nova história. Ótima escolha!
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